sexta-feira, 16 de outubro de 2015

RESUMO PENTATEUCO: ALTA CRÍTICA



Característica do documento Javista:
Datada em 950 a.C. Época do reinado de Salomão, antes da assim chamada divisão do reino (920 a.C).
        Ele usa o Tetragrama hwhy (YHWH) como nome de Deus e sua concepção de Deus seria antropomórfica.
        Os críticos têm um apreço especial pelo texto de Êxodo 6.3 para justificar a sua teoria.

Característica do documento Eloísta:

R= Datada em 800 a.C, antes do assim chamado profetismo escrito.
       Usa o nome de Deus como Elohim. Teria mais interesse nas coisas antigas.
       Considera Deus como sublime e majestoso, sem a ideia antropormófica, e praticamente inacessível ao homem.
      O sobrenatural seria mais abundante nesse documento.
      Na concepção desse suposto autor, Deus seria mais exigente em moral do que o autor do documento “J”.


Característica do documento Deuteronomista:

O documento “D” seria o próprio livro de Deuteronômio. Século VII a.C.
            Foi  composto  possivelmente  sob  a  direção  do  sumo  sacerdote  Hilquias, como programa oficial do partido da reforma patrocinado pelo rei Josias, no avivamento de 621 antes da era comum.
             A meta principal dessa reforma foi a centralização do culto a Yahweh em Jerusalém e a eliminação dos muitos locais de sacrifícios  e  dos  numerosos  santuários  situados  nos  altos,  distribuídos  por  toda  a  terra.
             Este  documento  foi  influenciadíssimo  pelo  movimento profético, com destaque a Jeremias.

Característica do documento Sacerdotal:
O “P” teria sido produzido pela escola de sacerdotes por volta do ano 550 a.C.).
O estilo seria inconfundível, caracterizado pela repetição; é preciso e abstrato nas descrições a respeito de Deus.
Minucioso nas descrições das atividades e assuntos referentes ao sacerdócio: sacrifícios e o tabernáculo.

Cronograma do avanço da crítica literária na hipótese documental:
·        J – (Javista) teria sido escrito c. de 950  a.C. por um escritor desconhecido do reino sul.
·        E – (Eloísta) teria sido escrito c. de 800 a.C. por escritor desconhecido do reino do norte.
·        JE – um redactor desconhecido c. de 722 a.C. terá combinado JE num único documento.
·        D – (Deut.) teria sido composto sob a direcção do sumo sacerdote Hilquias com o patrocínio do rei Josias c. 650 a.C. 
·        P – (Código sacerdotal) teria sido composto em várias etapas a partir do exílio, desde Ezequi-el, c. 550 a.C.
NÚMEROS
Título dado por causa dos dois recenseamentos. Um no princípio do livro (1 – 4) e outro no capítulo 26.
Mais o principal caráter do livro não é o recenseamento, mas o relato da história das peregrinações de Israel desde o Sinai até a chegada à margem esquerda do rio Jordão  
Quanto aos materiais didáticos e pedagógicos que o compõe, divide-se em 3 aspectos :
·        Histórico;
·        Legal (leis);
·        Estatístico (recenseamento).
Quanto ao aspecto TEOLÓGICO enfatizado no livro também divide-se em 3:
·        O Senhor a havia dado aos filhos de Israel;
·        A terra de Canaã devia ser uma terra santa;
·        A terra devia ser propriedade perpetuamente de Israel.

O livro está totalmente voltado para a ocupação da terra de Canaã, iniciando pelos preparativos para a viagem, a viagem, a tentativa de conquista e a peregrinação nos períodos subseqüentes.
SACRIFICIO
O sacrifício foi instituído por Deus para ligar a nação de Israel a Ele, ou seja, era o meio pelo qual o povo poderia aproximar-se de Deus.
A pesar desse sistema já existir desde os tempos primitivos com o caso de Caim e Abel, ter ficado na memória do povo durante muitos anos, com o tempo os sacrifícios foram unidos a costumes pagãos pelos os que não conheciam a Deus.
Talvez o povo não distinguissem direto os diversos tipos de oferta, por isso, após a Saída do Egito, como povo da aliança, eles receberam as devidas instruções sobre os sacrifícios.
No sistema mosaico, o motivo básico de sacrifício era a substituição e seu fim a expiação. Os pecados eram sumamente  graves porque era contra Deus e dignos de morte, onde a morte de um animal cancelava ou retirava o pecado.
O sangue é o principio vital, mas não tem significado em sim mesmo, e apenas representa um símbolo de uma vida oferecido na morte. E isso representava a graça divina e era o coração da antiga aliança. Por isso, que se diz, que o Levítico é um evangelho revestido de roupagem simbólica.
Portanto, essa lei do sacrifício tinha como ideia:
1º - substituição e expiação;
2º - Consagração (Ao colocar as mãos sobre o animal..);
3º - Mordonia e administração dos bens materiais;
4º - Jubilosa comunhão com Deus  nas ofertas de paz;
5º - Adoração (prestar culto a Deus e submissão);
Mas o maior erro do povo de Israel, foi achar que Deus se importava mais com as ofertas do que com o coração do ofertante.
O CARÁTER DE DEUS
            Nesse contexto , Números ressalta a presença de Deus no meio do seu povo enquanto estavam no deserto. Onde essa presença era marcada principalmente por uma nuvem ambulante que indicava o caminho, e a noite uma coluna de fogo.
            Essa presença através da nuvem  era tão marcante que até outros povos como cananeus e egípcios reconheciam. Quando ela não estava, representava derrota para o povo, ou em sua presença a vitória, e normalmente ela aparecia em momentos de crise.
            Uma coisa a observar, era que os móveis e utensílios sagrados do tabernáculo, eram símbolos  potentíssimos de Deus que participavam de sua santidade.
            Os atributos do caráter de Deus é dividido em:
·        A presença real e visível de Deus entre o povo;
·        A santidade de Deus;
·        A graça de Deus;
·        A constância de Deus.
            Um dos atributos do Caráter de Deus é a sua graça, enfatizada pelo livro de números. Onde a santidade de Deus era contrabalanceada por essa graça, quando ele disponibilizou os sacrifícios e os sacerdotes para interceder pelo povo.
            Segundo o escritor, a geração que saiu do Egito experimentou todas as promessas feitas aos patriarcas, menos a entrada na terra de Canaã.
            Todos esses aspectos  do caráter de Deus são endossados no Novo Testamento, onde a Jerusalém celestial é descrita  como lugar onde os ideais de números encontram total cumprimento. E no NT também é reafirmado as doutrinas da santidade, da graça e constância de Deus.

Por: Joel S. Barros

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